#história da Marcha Trans
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blogmmmonteiros · 8 months ago
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A Importância da Marcha Trans: Um Orgulho e uma Luta Coletiva
A Marcha do Orgulho Trans de São Paulo, que se consolidou como um dos maiores eventos da comunidade LGBTQIA+ da América Latina, surgiu em 2018 como um ato de resistência e celebração da identidade trans. Este evento não apenas fortalece a visibilidade e a representatividade das pessoas trans, mas também se tornou um marco na luta pelos direitos humanos no Brasil. Neste artigo, abordaremos a…
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lgbtqiacommunity · 4 years ago
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10 personalidades LGBTQIA+ históricas que mudaram o mundo
*Sylvia Rivera
Sylvia Rivera era queer, latina, se identificava como drag queen e lutava incansavelmente pelos direitos dos transgênero, assim como pelos direitos dos gênero não-conformistas. Depois das Rebeliões de Stonewall, onde dizem que ela jogou o primeiro tijolo, Rivera começou a S.T.A.R, um grupo focado em oferecer abrigo e apoio aos jovens queer sem teto, com Marsha P. Johnson. Ela também lutou contra a exclusão de transgêneros no New York’s Sexual Orientation Non-Discrimination Act. Ela foi ativista até sua morte, participando da Empire State Pride Agenda sobre a inclusão trans.
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*Marsha P. Johnson
era uma mulher negra trans, uma trabalhadora do sexo e ativista que passou grande parte de sua vida lutando por igualdade. Ela era uma figura materna para drag queens, mulheres trans e jovens sem teto na Christopher Street em Nova Iorque. Ela estava ao lado de Sylvia Rivera no começo das Rebeliões de Stonewall e juntas elas fundaram a S.T.A.R. Johnson, junto com Rivera, foi uma figura central no início do movimento de libertação gay nos anos 1970 nos Estados Unidos.
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*Josephine Baker
era uma artista conhecida na Idade do Jazz e se identificava como bissexual. Ela foi uma das artistas afro-americanas de mais sucesso na história da França e usou sua plataforma para defender o fim da segregação, se recusando a se apresentar em locais segregados e falando na marcha de 1963 em Washington. Baker também foi uma espiã francesa durante a Segunda Guerra Mundial, repassando segredos que ela ouvia enquanto trabalhava para soldados alemães.
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*Karl Heinrich Ulrichs
Ulrichs é considerado por alguns como o pioneiro do movimento gay moderno e a primeira pessoa a “sair do armário” publicamente. Na verdade, Volkmar Sisgush, um estudioso alemão de ciências sexuais, o descreveu como “o pioneiro mais decisivo e influente da emancipação homossexual... na história do mundo.”. Ulrichs foi juiz na Alemanha, mas foi forçado a se aposentar em 1853, depois que um colega descobriu que ele era gay. Depois de se aposentar, ele se tornou um ativista dos direitos gays. Ele escreveu panfletos sobre ser gay na Alemanha e, em 29 de agosto de 1867, Ulrichs se pronunciou em Munique no Congresso dos Juristas para exigir direitos iguais para todas as sexualidades.
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*Michael Dillon
Michael Dillon foi o primeiro homem trans a fazer uma faloplastia, a construção cirúrgica de um pênis. Também se acredita que ele tenha sido a primeira pessoa a fazer terapia hormonal com testosterona para começar sua transição. Dillon se tornou médico e serviu como médico naval. No entanto, a imprensa descobriu que Dillon não tinha nascido homem e a atenção gerada fez com que ele fugisse para a Índia. Lá, ele fez votos para se tornar um monge em um monastério budista.
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*Virginia Woolf
A escritora feminista icônica foi casada com Leonard Woolf enquanto tinha um caso com a escritora Vita Sackville-West, que era abertamente bissexual. Quando escrevia sobre seu caso e seu casamento, Woolf disse em seu diário, “A verdade que é podemos ter vários relacionamentos bons”. Acredita-se que seu livro, Orlando, seja uma carta de amor que fala de seu relacionamento com Sackville-West. O filho de Sackville-West descreveu o livro como “a carta de amor mais longa e charmosa da literatura.”
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*Bayard Rustin
era um amigo próximo e conselheiro de Martin Luther King Jr. e organizador da Marcha de Washington de 1963. No entanto, por ser um homem abertamente gay, ele não foi muito reconhecido por seu papel no movimento dos direitos civis. A sexualidade de Rustin foi usada contra ele e Dr. King pelos partidos opostos, que ameaçavam espalhar mentiras sobre o relacionamento deles. Isso forçou Rustin a trabalhar nas sombras para evitar a geração de controvérsia sobre Dr. King e a Marcha de Washington. Apesar disso, Rustin continuou sendo um ativista político e gay, que trabalhou para trazer a crise da AIDS à atenção da NAACP (Associação Nacional para o Progresso de Pessoas de Cor).
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*Eleanor Roosevelt
A antiga primeira dama foi uma humanitária dedicada, presidente do comitê que escreveu a Declaração Universal dos Direitos Humanos para a ONU e promoveu ativismo social durante e depois do seu tempo na Casa Branca. Enquanto era casada com o Presidente Franklin D. Roosevelt, acredita-se que Eleanor Roosevelt tenha tido um caso com a jornalista Lorena Hickok, a primeira mulher a ter sua assinatura na primeira página do New York Times. Suas cartas, quase quatro mil delas, contam a história de um romance. Uma delas inclui uma nota de Roosevelt dizendo “Oh! Como foi bom ouvir sua voz, era inadequado tentar te dizer o que aquilo significava, Jimmy estava do meu lado e eu não podia dizer ‘je t’aime et je t’adore’ como eu gostaria, mas lembre-se sempre que eu estou dizendo isso e que eu vou dormir pensando em você e repetindo o que nós dizemos.”
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*Frida Kahlo
era uma talentosa pintora e abertamente bissexual. Ela usava seu meio para abordar tópicos que eram tabus, como a sexualidade feminina, dor e padrões de beleza feminina, primariamente através de autorretratos. Ela também honrou a cultura indígena do México através de sua arte, que atraiu a atenção do pintor mexicano Diego Rivera. Rivera se tornou seu patrono e os dois acabaram se casando. Durante seu casamento, sabia-se que Kahlo tinha casos com homens e mulheres, inclusive Josephine Baker e Leon Trotsky.
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*Nancy Cárdenas
Escritora de peças e diretora, acredita-se que Nancy Cardón foi uma das primeiras pessoas mexicanas a “sair do armário” na televisão. Muito de seu trabalho girava em torno de sua identidade lésbica, escrevendo coleções de poesias e peças falando de temas gays e lésbicos. Ela não era só escritora – também era ativista. Cárdenas ajudou a começar a luta contra o preconceito contra gays no México e lutou por direitos iguais para todos, independentemente de sua sexualidade.
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midiaqueer · 6 years ago
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A Primeira marcha do orgulho trans no Paquistão: saiba o que foi
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A primeira Parada Trans-dissidente  no Paquistão foi realizada no dia 29 de dezembro de 2018 em Lahore onde reivindicaram a implementação das reformas dos direitos trans e não-binário marcada por surpresas.
“Essa é a primeira vez, em nosso mais 70 anos de história, que estamos celebrando nossa visibilidade e identidade. Eu sou uma ativista, artista e uma das principais pessoas que apresentou o projeto de lei que foi aprovado. Hoje, no dia 29 de dezembro, nos reunimos aqui para celebrar isso. Pessoas trans estão sempre lamentando, mas hoje, desde que nossa lei foi aprovada, estamos celebrando” - Jannat Ali
No início de 2018, um canal de TV local no Paquistão contratou sua primeira âncora transgênero. Quando o ano estava chegando ao fim, um autor canadense-paquistanês lançou um livro infantil para ajudá-les a tornarem-se mais tolerantes com a comunidade LGBT. O livro intitulado My Chacha is Gay conta a história de um garotinho Ahmed, que mora em Karachi, e cujo tio é gay.
O Paquistão ainda tem quilômetros a percorrer para reconhecer e adotar os direitos LGBTQIAPN+, mas estamos, lenta e seguramente, chegando lá. A primeira Marcha do Orgulho Trans e dissidente de gênero foi realizada em Lahore na semana passada, encerrando o ano com uma nota positiva. A modelo transgênero e ativista Kami Sid também fez parte das festividades que adicionaram mais cor às ruas de Lahore (Kami nas fotos abaixo )
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Acompanhe aqui o vídeo no YouTube sobre como foi 
Aes manifestantes marcharam, entre outras coisas, para exigir a implementação da "Transgender Person Act", uma lei que estabelece os direitos fundamentais das pessoas trans e não-binária, votada em 8 de maio de 2018 pelo Senado.
O texto permite que pessoas trans determinem seu próprio sexo/gênero em todos os documentos oficiais. Em 2009, esse país de cultura conservadora e patriarcal esteve entre os primeiros do mundo a reconhecer legalmente um terceiro gênero.
A lei também proíbe toda discriminação contra as pessoas trans no trabalho, na escola, nos hospitais ou no transporte público. Problema: A ratificação do texto pelo presidente paquistanês Mamnoon Hussain ainda não ocorreu
Como um país não-ocidental é importante deixarmos claro que aqui o significado de trans, assim como não-binário entre outros termos e as noções de gêneros ocidentais, são expressos e interpretados de formas um tanto diferentes, então não são a mesma coisas que no ocidente. Por isso optamos pelo termo dissidentes de gênero (MGA). Pessoas dissidentes de gênero no paquistão vão de Hijras, Khawajasiras, khawajas sara, khusras,  khadros à Bachas Posh. 
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O evento começou com uma coletiva de imprensa des ativistas que lideravam a marcha, que em si atraiu uma grande multidão, enquanto tomavam as ruas da segunda maior cidade paquistanesa. Pessoas aliadas ao movimento seguravam cartazes em apoio à comunidade e agitavam bandeiras, enquanto as outras na rua apenas olhavam.
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De acordo com o jornal Express Tribune, os manifestantes de março de 2018 pressionaram o governo a finalmente implementar a lei. "Esta é a primeira vez na história do Paquistão que as pessoas trans-dissidentes de gênero estão recebendo seus direitos", disse Neeli Rana, uma ativista trans-paquistanesa, no final da reunião.
E para acrescentar: "As pessoas trans não imploram por implorar. Nós também temos o direito de protestar e descer a rua. Cabe agora ao governo implementar este projeto. "
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Discriminação persistente.
No entanto, na vida cotidiana, as khawajasiras,  uma comunidade de pessoas transfemininas e intersexo, vivem como párias e muitas vezes são reduzidas a mendigar e prostituir-se. Extorsão e discriminação são comuns, assim como estupro e assassinatos dessas pessoas.
Apesar da descriminalização da homossexualidade no país vizinho Índia, gays e lesbicas ainda correm o risco de serem preses no Paquistão, um legado de uma lei anti-sodomia do governo colonial britânico. Éles são punides até sob a lei Sharia, também aplicada neste país muçulmano conservador.
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O Código Penal do Paquistão de 1860, originalmente desenvolvido sob o colonialismo, pune a sodomia com uma possível sentença de prisão e tem outras disposições que afetam os direitos humanos de paquistaneses LGBT, sob o disfarce de proteger a moralidade pública e a ordem.
Fontes: Tetu/CutaCut/ DailyPakistan/ MangoBazz
Postado e Editado por D. Camel via NBh+
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pibic1819-blog · 6 years ago
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#AgoraÉQueSãoElas: qual a força das ideias sobre os mundos?
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Certo dia, ela viu-se dominada pela incessante vontade de colher histórias: as espraiadas pelos arredores e as escondidas entre os vários lados dos mundos – em mares profundos e/ou em águas rasas.
Ela?! Mas... Quem é ela?
É habitante – floração - das vidas.
A nossa navegação, agora, des-cronológica - o ponteiro nem sempre segue o passo a passo regular – aporta em solos de plantio constante: a areia, o asfalto, a avenida, a calçada, a tela do computador, a superfície do tablet, a imagem do celular. Mundo virtual (enquadrado) versus o dito mundo real: espaços que se entrecruzam e se conectam.
Em 2015, despontou, às margens virtuais, a #AgoraÉQueSãoElas, movida pelas ondas de hashtags lançadas a partir de 2014. Esse fluxo ganhou vida, em águas brasileiras, através do compartilhamento da #MeuPrimeiroAssédio que possibilitou às mulheres, conduzidas corajosamente pela sororidade, ressoarem as suas vivências como mulheres assediadas, feridas e, muitas vezes, amordaçadas. Tarefa não tão fácil para quem durante anos, decerto, manteve histórias, nesse viés, enterradas.
#AgoraÉQueSãoElas, nadando contra corrente, deságua como eco reivindicador de mais espaços de falas para mulheres dentro de âmbitos - como o midiático - majoritariamente, comandado por homens; protesta contra medidas políticas, a exemplo da PL 5069 - desencadeadora da #MulheresContraCunha -, que visam extinguir os direitos de escolhas já conquistados por décadas de lutas femininas e feministas; labuta para que as vozes das mulheres sejam ouvidas e, assim, a nossa liberdade natural torne-se palpável.
#AgoraÉQueSãoElas nasceu de uma ideia de Manoela Miklos. Foi ela a responsável por dar o grito de largada, nas redes, desse manifesto, com a invasão da coluna pertencente ao Gregório Duvivier na Folha de S. Paulo. O movimento que, inicialmente, tomava corpo nas ruas (em combate a Eduardo Cunha e os defensores da PL 5069), passou, também, a adquirir forma nos espaços virtuais: esferas entrelaçadas. As vozes das mulheres, ecoadas nas vias públicas, encarnam-se - corpo a corpo sonoro - na voz de Miklos em seu texto de abertura (...) “na semana passada, ouviu-se um brado raro de se ouvir. Agudo. Doce, mas furioso. Era a voz de milhares de mulheres juntas. Na semana passada, a voz do coletivo foi feminina. Um brado raro. O meu. O nosso. E foi o som mais bonito que eu já escutei.” Com essa hashtag, as mulheres, rompendo paradigmas, ocuparam os espaços dos jornais e blogs coordenados por vozes masculinas. E como onde há ideia, há vida, germinou-se, dessa energia, um ininterrupto canto coletivo: o blog #AgoraÉQueSãoElas - blog aninhado a Folha de S. Paulo - fundado por Manoela Miklos, Antônia Pellegrino, Alessandra Orofino e Ana Carolina Evangelista.
#AgoraÉQueSãoElas: mulheres negras, brancas, lésbicas, heterossexuais, famosas, des-famosas, escritoras profissionais e/ou reconhecidas, des-escritoras vitais e/ou desconhecidas, cabelos cacheados-lisos-curtos-longos, gordas, magras, trans...- Representatividade, diversidade. Todas, em uníssono, integrantes do blog. Mulheres.
“Um espaço para mulheres em movimento” - lema desse nosso manancial virtual - lá elas tecem vidas, sabores-dissabores, experiências cotidianas, políticas, culturas, lutas, tempos, histórias, resistências, denúncias, feminismos sob olhares, escutas, falas, cheiros e toques diversos. Juntas gestando, em suas próprias palavras, um novo normal. E qual seria esse novo normal? O básico: direitos iguais para mulheres e homens.
O desafio, para nós, enquanto navegantes dessas águas-escritas de mulheres brasileiras, é desbravar, entre o perene e o efêmero, entre os variados tons de vozes, as crônicas que, talvez sem perceberem, essas mulheres compõem a cada dia, a cada nova publicação, a cada conversa. Alma-corpo dessas pessoas, as crônicas dão forma, desregulam, desconstroem, repensam, matizam…
Vozes como as de Marielle Franco, Manuela d’Ávila, Pitty, Fernanda Torres, Leandra Leal soaram, nesse blog, entre o desnovelar de dias que se seguiram desde 27 de janeiro de 2016 (data de postagem do primeiro texto do blog, redigido pelas fundadoras) até os dias atuais. E, aqui, somam-se ao nosso arsenal cronístico de estudo (nossas vozes) e as vozes das autoras que, texto a texto, durante a história da nossa Literatura, geraram vidas, marcas e crônicas. Vozes, essas, sobrepostas em um mar de humanidade. Vozes, por vezes, silenciadas vindo à tona. Vozes de mulheres em firme marcha sobre as ruas de todo o país, dos mundos. Vozes que recuperam histórias de nossas antepassadas. Vozes que retomam nossas histórias. Vozes de ideias e ações. Das vidas para as redes e das redes para as vidas: vozes. Vozes vivas.
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bunkerblogwebradio · 4 years ago
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Progressistas, reacionários, histeria e a longa marcha gramsciana
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Por que a esquerda sempre faz uma oposição histérica a toda e qualquer ínfima medida ou iniciativa que seja por ela tida como "antiprogressista" ou, pior ainda, "reacionária" e contrária ao seu "projeto de poder"?
Seja no quesito dos "direitos" dos homossexuais ("direitos", no linguajar esquerdista, nada mais são do que deveres impingidos aos pagadores de impostos), nos privilégios raciais e sindicais, no feminismo, no desarmamento, no aborto financiado pelo estado, e até mesmo em tímidas propostas de reformas assistencialistas, a esquerda progressista sempre reage com um furor frenético contra qualquer pessoa — seja político, comentarista político ou apenas alguém da mídia alternativa — que se atreva a fazer algo que leve a um pequeno recuo destes sagrados esquemas socialistas.
O histórico
O frenesi progressista que vem varrendo o mundo começou realmente no final dos anos 1930.
Naquela época, vivendo em Nova York, minha família, meus amigos e meus vizinhos, todos esquerdistas, haviam chegado ao paroxismo do medo e da raiva por causa da contra-revolução de Franco e da iminente derrocada do governo espanhol esquerdista durante a Guerra Civil Espanhola.
Superabundavam denúncias e vituperações lacrimosas contra Franco, além de contínuas exortações para que "alguma coisa fosse feita". Houve a criação de organizações especializadas em enviar de tudo para a Espanha, desde leite até armas e soldados. Era a "Brigada Internacional", criada para defender a esquerda espanhola (alcunhada de "Legalistas" pelo sempre simpatizante The New York Times e por outros veículos da mídia "respeitável").
Vale enfatizar que estas pessoas jamais — nem antes e nem durante — haviam demonstrado qualquer tipo de interesse pela história, cultura ou política espanhola.  Logo, por que repentinamente passaram a se preocupar com o país?
O historiador esquerdista Allen Guttman chegou até a documentar e celebrar esta histeria em relação à Espanha em seu livro A Ferida no Coração (o título já diz tudo).
Certa vez perguntei ao meu amigo Frank S. Meyer, que havia sido um proeminente comunista americano, a respeito deste enigma. Ele deu de ombros: "Nós [os comunistas] nunca conseguimos entender o porquê. Mas tiramos proveito do sentimentalismo progressista da questão".
A explicação ortodoxa dos historiadores é que os esquerdistas da época — cujo quartel-general, a fonte de financiamento, estava nos EUA — estavam especialmente temerosos quanto à "ameaça do fascismo", e defendiam freneticamente a esquerda espanhola porque viam a Guerra Civil daquele país como um prenúncio de uma inevitável Segunda Guerra Mundial.
Mas o problema com esta explicação é que, embora a esquerda progressista houvesse defendido entusiasmadamente a "boa" Guerra contra o Eixo, ela nunca realmente arregimentou a mesma emotividade, a mesma exaltação, o mesmo furor que demonstrava em relação a Franco contra Hitler, por exemplo.
Então, qual a verdadeira explicação para a atual postura da esquerda em relação a temas cultural e economicamente progressistas?
As raízes
Creio que uma pista pode ser encontrada na mini-histeria que a esquerda demonstrou a respeito da contra-revolução ocorrida contra o regime esquerdista da Salvador Allende no Chile, uma contra-revolução que colocou o General Augusto Pinochet no poder.
A esquerda, até hoje, ainda não perdoou a direita chilena e a CIA por este golpe. Allende ainda é considerado um mártir querido pela esquerda, e sua filha Isabel, um ícone (embora ainda percam para Che Guevara).
Seria esta raiva tão duradoura só porque um regime comunista foi derrubado? Quase, mas ainda longe. Afinal, a esquerda não demonstrou grandes emoções, não demonstrou nenhum desespero, quando os regimes comunistas entraram em colapso na União Soviética e no Leste Europeu.
Logo, sugiro que 'A Resposta' para este mistério é a seguinte: a esquerda é, em sua essência, "progressista", o que significa que ela acredita, à moda marxista, que a história consiste em uma 'inevitável marcha ascendente' rumo à luz, rumo à utopia socialista.
A esquerda progressista acredita no mito do progresso inevitável; ela acredita que a história está ao seu lado, sempre conspirando a seu favor. Sendo ela formada por social-democratas (mencheviques), primos dos comunistas (bolcheviques) — com quem vivem entre tapas e beijos —, a esquerda progressista possui um objetivo similar ao dos comunistas, mas não idêntico: um estado socialista igualitário, gerido totalmente por burocratas, intelectuais, tecnocratas, "terapeutas" e pela Nova Classe iluminada, geralmente em colaboração com — e sempre sendo apoiada por — credenciados membros de todos os tipos de grupos vitimológicos, aquela gente que se diz perseguida e que vive lutando por "direitos iguais" — sendo que o 'iguais' significa na verdade 'superiores'.  Estes grupos são formados por negros, mulheres, gays, lésbicas, trans, índios etc.
A esquerda progressista acredita que a história está marchando inexoravelmente rumo a este objetivo. Uma parte vital deste objetivo é a destruição da família tradicional, "burguesa" e composta de pai e mãe, que deve ser substituída por um sistema em que as crianças são criadas e educadas pelo estado e por sua Nova Classe de orientadores, tutores, terapeutas e demais "cuidadores" infantis.
A utópica marcha da história, objetivo dos social-democratas, também é similar à dos comunistas, mas não exatamente a mesma. Para os comunistas, o objetivo era a estatização dos meios de produção, a erradicação da classe capitalista, e a tomada de poder pelo proletariado. Já os social-democratas entenderam ser muito melhor um arranjo em que o estado socialista mantém os capitalistas e uma truncada economia de mercado sob total controle, regulando, restringindo, controlando e submetendo todos os empreendedores às ordens do estado.
O objetivo social-democrata não é necessariamente a "guerra de classes", mas sim um tipo de "harmonia de classes", na qual os capitalistas e o mercado são forçados a trabalhar arduamente para o bem da "sociedade" e do parasítico aparato estatal.
Os comunistas queriam uma ditadura do partido único, com todos os dissidentes sendo enviados para os gulags. Já os social-democratas preferem uma ditadura "branda" — aquilo que Herbert Marcuse e a Escola de Frankfurt, em outro contexto, rotularam de "tolerância repressiva" —, com um sistema bipartidário em que ambos os partidos concordam em relação a todas as questões fundamentais, discordando apenas polidamente acerca de detalhes triviais — "a carga tributária deve ser de 37% ou de 36,2%?".
Liberdade de expressão, de imprensa e de ideias é tolerada pelos social-democratas, mas desde que ela se mantenha dentro de um espectro de opiniões pré-aprovadas. Os social-democratas repelem a brutalidade dos gulags; eles preferem fazer com que os dissidentes padeçam da "suave" e "terapêutica" ditadura do politicamente correto, na qual eles forçosamente têm de aprender as maravilhosas virtudes de ser educado na "dignidade de estilos de vida alternativos", sempre submetidos a um intenso "treinamento de sensibilidade". Em outras palavras, Admirável Mundo Novo em vez de 1984. A "marcha ascendente da democracia" em vez da "ditadura do proletariado".
Também típica é a distinção, nas duas utopias, acerca de como lidar com a religião. Os comunistas, como fanáticos ateístas, tinham o objetivo de abolir por completo a religião. Já os social-democratas preferem uma abordagem mais suave: subverter o cristianismo de modo a fazer com que a religião se torne aliada da social-democracia.
Daí a sagaz cooptação da esquerda cristã pelos social-democratas: enfatizando o modernismo entre os católicos e o evangelicalismo esquerdo-pietista entre os protestantes — este último objetivando criar um Reino de Deus na Terra na forma de uma coerciva e igualitária "comunidade de amor".
Trata-se de uma estratégia muito mais astuta: cooptar religiosos em vez de assassinar padres e freiras e confiscar igrejas — esta última feita pelo regime republicano espanhol e por seus partidários trotskistas e anarquistas de esquerda, algo que não gerou absolutamente nenhum grito de protesto por parte de seus devotos defensores progressistas e social-democratas ao redor do mundo.
Esta distinção nos objetivos — totalitarismo brando vs. radical — também é refletida na acentuada diferença entre as estratégias e os meios utilizados. Os comunistas, ao menos em sua clássica fase leninista, ansiavam por uma revolução violenta e apocalíptica que destruiria o estado capitalista e levaria à ditadura do proletariado. Já os mencheviques — social-democratas ou neoconservadores —, fieis ao seu ideal "democrático", sempre se sentiram um tanto desconfortáveis com a ideia de revolução, preferindo muito mais a "evolução" gradual produzida pelas eleições democráticas.
Para os mencheviques, o estado deve ser totalmente aparelhado por intelectuais partidários e simpatizantes, de modo a garantir a continuidade da longa marcha gramsciana da conquista das instituições culturais e sociais do país. Daí a desconsideração pelos gulags e pela revolução armada. Por isso o desaparecimento de seus primos (e concorrentes) bolcheviques não ter sido lamentado pelos social-democratas. Muito pelo contrário: os social-democratas agora detêm o monopólio da marcha "progressista" da história rumo à Utopia.
A Resposta
O que me traz de volta à minha 'Resposta' sobre o porquê da histeria da esquerda progressista: ela se torna histérica sempre que percebe a ameaça de uma pequena reversão na Inevitável Marcha da História.
Ela se torna histérica quando visualiza alguns empecilhos e, principalmente, retrocessos nesta sua inexorável marcha ao poder total, retrocessos estes que sempre são rotulados, obviamente, de "reações".
Na visão de mundo tanto de comunistas quanto de social-democratas, a mais alta — desde que "progressista" — moralidade é se mostrar não apenas um defensor, mas também, e principalmente, um entusiasmado fomentador da 'inevitável próxima fase da história'. É ser a "parteira" (na famosa expressão de Marx) desta fase.
Da mesma forma, a mais profunda, se não a única, imoralidade é ser "reacionário", ser alguém dedicado a se opor a este inevitável progresso — ou, pior ainda, alguém dedicado a fazer retroceder a maré, a restaurar costumes enraizados, a "atrasar o relógio".
Este é o pior pecado de todos, e ele gera todo este frenesi justamente porque qualquer retrocesso bem-sucedido colocaria em dúvida aquele que é o mais profundo e o mais inquestionavelmente aceito mito "religioso" da esquerda progressista: a ideia de que o progresso histórico rumo à sua Utopia é inevitável.
Trata-se, no mais profundo sentido, de uma guerra não apenas cultural e econômica, mas religiosa. "Religiosa" porque social-democracia/progressismo de esquerda é uma visão de mundo passional, uma "religião" no mais profundo sentido, pois guiada unicamente pela fé: trata-se da ideia de que o inevitável objetivo da história é um mundo perfeito, um mundo socialista igualitário, um Reino de Deus na Terra, seja este deus "panteizado" (sob Hegel e os adeptos do Romantismo) ou ateizado (sob Marx).
Esta é uma visão de mundo em relação à qual não deve haver concessões ou clemência. Ela deve ser contrariada e combatida veementemente, com cada fibra de nosso ser.
O Brejo
Quem vai vencer essa guerra? Não se sabe. De que lado está a maioria da população? Certamente perdida, disponível para quem chegar primeiro. A maioria está confusa, vagando de um lado para o outro, dividida entre visões de mundo conflitantes. Ela pode pender para qualquer lado.
Durante suas inúmeras batalhas faccionárias dentro do movimento marxista, Lênin certa vez escreveu que há dois grupos batalhando, cada um formado pela minoria da população, sendo que a maioria está no centro, e é formada justamente pelas pessoas confusas, às quais ele se referiu como O Brejo. A maioria da população hoje está confusa e constitui O Brejo; estas pessoas estão no terreno no qual a maioria das batalhas será disputada.
E a metáfora é corretamente militar. A batalha iminente é muito mais ampla e profunda do que apenas discutir alíquotas de impostos. Trata-se de uma batalha de vida e morte pelo formato do nosso futuro. Daí se compreende o frenesi que acomete a esquerda sempre que uma medida "reacionária" parece ser favorecida pela sociedade.
A esquerda progressista não se importa muito com — na verdade, ela até gosta de — pequenos revezamentos de poder: uma década de governos abertamente progressistas, nos quais a agenda esquerdista é avançada, seguida de alguns anos de governo "oposicionista" ou "conservador", no qual há apenas uma consolidação ou simplesmente uma redução na velocidade do avanço. O que ela realmente teme é a perspectiva do conservadorismo se tornar reacionário, no sentido de realmente fazer retroceder alguns ganhos "progressistas".  É isso que a apavora.
Daí a histeria em relação a Franco e a Pinochet; daí o linchamento de Joe McCarthy, que realmente ameaçou ser bem-sucedido em fazer recuar não apenas os comunistas, mas até mesmo os progressistas e social-democratas. Ameace retroceder "direitos" obtidos por grupos de feministas, de gays, de negros, de desarmamentistas, de funcionários públicos, de sindicalistas ou de qualquer outro do ramo vitimológico, e você verá o que é uma fúria progressista.
O que fazer
Portanto, o combate requer, principalmente, coragem e nervos para não ceder e não se dobrar perante as totalmente previsíveis reações caluniosas e difamantes dos oponentes. Acima de tudo, o objetivo não deve ser o de se tornar querido e bem aceito por progressistas ou pela Mídia Respeitável. Tal postura irá gerar apenas mais rendição, mais derrotas.
Igualmente, o objetivo não é apenas o de fazer retroceder o estado leviatã, sua cultura niilista e estas pessoas que querem se apossar do estado e impor sua agenda sobre nós. O objetivo tem de ser a eliminação completa e irreversível deste monstruoso sonho de um Perfeito Mundo Socializado gerido por "pessoas de bem".
Que a reação ocorra, que os "direitos" sejam retrocedidos, que esta gente recue, entre em órbita e finalmente perceba que, na realidade, sua religião é maléfica.
__________________________________________
Murray N. Rothbard (1926-1995)
Artigo originalmente publicado em 1992
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certadoc · 4 years ago
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Veículos da salvação
Modelos que salvam vidas, sejam em resgates, ou ao aumentarem a independência de pessoas com deficiência
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Só quem já passou por uma situação de emergência consegue dar o devido valor a um carro de resgate. Ou mesmo quem tem limitações, entende a importância de ganhar mais autonomia. No Dia da Enfermagem, confira alguns veículos que mudam a história de muitos brasileiros.
Ambulâncias
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Há basicamente seis tipos de ambulâncias: a primeira delas (tipo A), é utilizada para o transporte de pacientes sem risco de vida, que rodam com tripulação mínima, apenas o motorista e um técnico de enfermagem. As ambulâncias de tipo B são consideradas de suporte básico à vida. Elas transportam pacientes com risco de vida, mas sem necessidade de intervenção clínica, com os mesmos profissionais do tipo A embarcados. Já as ambulâncias do tipo C são as utilizadas para vitimas de acidentes. Equipadas para socorros aonde for necessário, estes veículos contam com motorista e dois militares capacitados ao salvamento. As ambulâncias de tipo D são destinadas ao suporte avançado de vida. Transportam pacientes que correm alto risco de morte. Conhecidas como UTI-móveis, elas têm tripulação composta por um motorista, um médico e um enfermeiro.
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Há ainda as aeronaves de transporte médico, compostas por piloto, médico e enfermeiro e, por fim, temos as embarcações de transporte médico, tripuladas por um condutor, um médico, enfermeiro e um técnico ou auxiliar de enfermagem.
Carros especiais
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Tão importantes quanto os veículos de resgate e emergência, são aqueles que dão mais mobilidade à pessoas com deficiência.
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A cidade de São Paulo, por meio da SP Trans, disponibiliza o serviço do Atende, que transporta deficientes pelas ruas da cidade, seja no trajeto para tratamentos médicos, ou mesmo, no percurso para o trabalho. São equipadas com rampas de acesso, bancos para acompanhantes, amplo espaço interno para a circulação de cadeira de rodas e diversos suportes diferenciados, tanto para o apoio dos ocupantes, quanto para a correta afixação das cadeiras de rodas. Os motoristas são treinados para dar o correto atendimento aos usuários.
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Algumas pessoas adaptam seus próprios veículos para suas necessidades. Nestes casos, a empresa que realiza a adaptação, faz um estudo de caso para cada pessoa, e personaliza o carro de acordo com a necessidade do cliente. Caso seja o deficiente o motorista, é possível adaptar os comandos dos pés, o câmbio, ou mesmo a direção. Caso o paciente não consiga conduzir o veículos, as adaptações são feitas para aumentar o conforto ao passageiro.
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Cada vez mais comuns, os trikes, ou triciclos, são a opção mais em conta para o deficiente que precisa de mais autonomia. Baseados em scooter populares, é feita uma adaptação, geralmente na dianteira, para terem duas rodas. Em alguns casos, é possível instalar até uma marcha ré para quem tem menos mobilidade ou estabilidade nas pernas.
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Veículos podem ser ferramentas de inclusão, transportar pessoas com necessidades especiais para solucionar suas questões cotidianas, ou mesmo, salvar a vida de tantas pessoas, todos os dias pelas cidades do Brasil.
Texto de: Daniel Abreu
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luanhotrods · 5 years ago
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Exposição de Carros Antigos no Campo de Marte – São Paulo, SP
Entre aviões e helicópteros
Modelos clássicos de todos os tempos ‘invadiram’ no último domingo o mais antigo aeroporto de São Paulo. Qualidade dos carros chamou a atenção
O mais antigo aeroporto de São Paulo recebeu no último final de semana, 8 e 9 de fevereiro, uma bela exposição de automóveis clássicos. Este evento beneficente, realizado pelo Rotary Club de São Paulo, aconteceu no famoso Campo de Marte. Inaugurado em 1929, ele hoje não recebe mais voos comerciais, apenas aeronaves de pequeno porte. Abriga a maior frota de helicópteros do mundo!
Um dos mais aguardados eventos do gênero da Capital Paulista, a Exposição de Carros Antigos no Campo de Marte de 2020 se notabilizou pela qualidade dos carros.
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Um bom número de algumas marcas/modelos
Quantidade e qualidade
E pela considerável quantidade, algumas marcas/modelos made in USA de prestígio em seus segmentos, deram ao evento um ar de ‘encontro monomarca’. Foi o caso dos luxuosos Cadillacs; dos esportivos Trans Am Firebird, da Pontiac; dos Corvettes, da Chevrolet; dos Mustangs, da Ford. O mesmo aconteceu com nossos Mavericks.
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Hudson Hornet (com Doc Hudson no detalhe) e Studebaker Champ
Vencedores absolutos da Nascar entre 1951 e 1953 — com mais de uma centena de vitórias — os Hudson Hornet ficaram conhecidos na época como os ‘Fabulous Hudson Hornet’ e inspiraram a criação do personagem Doc, da animação ‘Carros’, da Disney. É claro que o afortunado proprietário de um exemplar de 1951 não iria perder a oportunidade de prestar uma homenagem: personalizou o carrão como o bólido nº 92, o campeão da Nascar de 1953, então pilotado por Herb Thomas.
Marca extinta e de modelos cada vez mais raros, a Hudson marcaria sua participação com outro carro, um Six Sedan fabricado em 1936.
Já a Pick-up Champ 1963 representa um dos últimos capítulos da história da Studebaker, que (assim como a Hudson) durante décadas e décadas brigou bravamente com as chamadas ‘três gigantes’ da indústria automobilística americana. Em 1966 ela seria ‘fatiada’ e deixaria de fabricar automóveis.
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DMC-12: único modelo DeLorean
Cada vez mais presente nos encontros de clássicos do Brasil, o imortal DeLorean DMC-12 da trilogia ‘De Volta para o Futuro’ também esteve no Campo de Marte, com suas linhas futuristas para a década de 1980.
Sueca bem representada
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SW 245
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PV444
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P1800
Entre as marcas européias, destacamos a sueca Volvo, com três modelos bastante distintos. O primeiro o um PV 444, que embora de visual pacato foi, junto com o 544 (seu sucessor), um grande campeão de ralis nos anos 1950. O Segundo um esportivo de design italiano: o P1800 1972. Sobre este belo carro uma curiosidade: um exemplar entrou para o Guinness como o carro com o título de maior número de milhas rodadas por um único proprietário: nada menos que 3 milhões de milhas. O último carro da nossa lista Volvo é a Station Wagon 245, de estilo quadradão, com presença garantida como o carro típico das famílias de subúrbio, em produções de Hollywood dos anos 1980.
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Jawett Jupiter
Falemos agora de um conversível pouquíssimo conhecido: o Jawett Jupiter. Conhece? Esse carrinho inglês é uma derivação de outro ilustre anônimo, o Javelin. Não confundir com o esportivo americano fabricado pela AMC. Com motor 1500 e câmbio de quatro marchas, teve produção limitada a 900 unidades. Esse talvez seja o único do Brasil.
Um matador alemão
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Ainda no rol das raridades, uma pick-up alemã Tempo Matador 1952. Este utilitário, disponível também na versão furgão, foi equipado entre 1949 e 1952 com o mesmo motor Boxer refrigerado a ar do Fusca, então de 1.100 cc. Preocupada com a concorrência, já que a Kombi foi lançada nesta época, a Volkswagen acabou cancelando o contrato de fornecimento de motores e o Matador se viu obrigado a usar outras mecânicas, como a da inglesa Austin. Lindamente estranho, até no nome.
Além desses, havia uma boa diversidade de modelos para quem curte os europeus:
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Triumph Herald
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Jaguar E-type
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Citroëns
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Porsches 911
Porsche 911 da primeira geração
De Tomaso Pantera GTS 1974. O super esportivo italiano com ‘cuore’ americano
Maserati 3500 GT
Uma ‘barata’ Fiat Torpedo da década de 1920
Jaguar E-type conversível 1964 de tirar o fôlego
Um pouco visto Thiumph Herald 1964
Moderníssimos modelos da Ferrari e da Audi
Citroëns Traction Avant e seu sucessor, o revolucionário DS
Rolls Royce Silver Shadow 1976… entre outros
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Achamos curioso o antigo caminhão Ford da extinta VASP para embarque e desembarque de passageiros. Não deve ser nada prático manter um desses.
E a motocicleta com traseira que imita o paralama do Chevrolet Bel Air 1956? Simplesmente sensacional!
GALERIA DE IMAGENS
Texto e edição: Fernando Barenco Fotos: Odair Ferraz
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Exposição de Carros Antigos no Campo de Marte – São Paulo, SP publicado primeiro em https://www.maxicar.com.br/
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srlc1976-blog · 6 years ago
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Dia da mulher 2019 Não dê flores a uma mulher, dê protagonismo. No dia delas, fui prestigiá-las em seu ato na concentração da Candelária até o encerramento na Cinelândia. As organizadoras foram muito claras em dizer que ali era de resistência e que os companheiros homens eram bem vindos desde que abrissem mão de eventuais privilégios. Achei bacana que desde a cobertura jornalística oficial até a segurança eram exclusivamente feminina. Um detalhe é que também havia crianças no ato e que estas estariam abrindo a marcha com suas mães. Tinham, acredito que, três baterias compostas exclusivamente por batuqueiras, e destaco as Filhas de Ghandi. Bandeiras de vários partidos mas as que mais se destacavam eram aquelas que tinham o rosto de Marielle, que foi presença constante em todo evento. E ao final recebeu um sarau em sua homenagem. Marielle era vereadora eleita pelo PSOL, mas hoje está além disso sua história e sua luta unem a esquerda e ativistas dos direitos humanos. Seremos incansáveis contra as opressões e Marielle será inspiração na luta por justiça. A resolução de sua execução é um lembrete a todos que há muito a caminhar. Marielle não foi o único símbolo do evento, estava acompanhada de Lula livre. Acredito que essa é uma tese polêmica e que as organizadoras tiveram muita discussão sobre essa pauta. É inegável que os governos do PT foram um avanço no combate contra a desigualdade social. Que o processo do ex presidente têm particularidades ímpares mas não há como pedir justiça se desconfiamos de juízes. É preciso diálogos com a grande massa e evitar polêmicas nesse momento é sensato. Nos próximos atos recomendo mais visibilidade e voz para mulheres trans. Houve reclamação sobre falta de espaço para elas. Só vejo esse ponto a melhorar foi um primeiro grande ato lindo e espero que os próximos sejam de maior sucesso ainda. Parabéns mulheres! Luiz Cesar® #politica #diainternacionaldamulher https://www.instagram.com/p/Bu4BDlPnVMe/?utm_source=ig_tumblr_share&igshid=tep47v3wdb1p
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ultraisabarrosmartins1978 · 6 years ago
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A importância da luta LGBT para os grupos que compõem a sigla
O ano era 1997 e, pela primeira vez, acontecia a Parada LGBT na cidade de São Paulo, que reuniu cerca de 2.000 pessoas, com o tema “Somos muitos, estamos em várias profissões”.
Até então, o evento era chamado de Parada do Orgulho Gay. Em 1999, a ONG Associação da Parada do Orgulho GLBT (APOGLBT), organizadora da mobilização, alterou o nome do evento para Parada do Orgulho GLBT (gays, lésbicas, bissexuais, travestis e transgêneros).
Nove anos depois, em 2008, a instituição mudou novamente a sigla para LGBT, com o objetivo de dar mais visibilidade às lésbicas dentro do movimento e de padronizar o nome do protesto com o de outros países. Assim, passou a se chamar Parada do Orgulho LGBT.
No decorrer desses mais de 20 anos, a manifestação cresceu muito, incluiu novas causas, agregou diferentes públicos e se consolidou enquanto um dos eventos mais importantes da cidade. Segundo a SPTuris, a Parada é o evento que atrai mais turistas internacionais à capital paulista e é considerada uma das maiores do mundo.
De acordo com os organizadores, a edição de 2011 teve o maior número de participantes da história, com aproximadamente 4 milhões de pessoas. Em 2018, a produção do evento informou que cerca de 3 milhões de pessoas estiveram presentes na celebração. Uma das principais reivindicações atuais do evento, principalmente desde 2006, é o combate à LGBTfobia.
Com o tema “50 anos de Stonewall”, a 23ª Parada LGBT de São Paulo vai sair às ruas no próximo domingo, 23 de junho. A Rebelião de Stonewall, de 28 de Junho de 1969, representou um marco importante na luta pelos direitos e visibilidade da comunidade LGBTQI+ no mundo.
O evento deste ano acontece dias depois de o Supremo Tribunal Federal (STF) determinar que a discriminação por orientação sexual e identidade de gênero seja considerada crime.
Veja também: Parada LGBT de SP: confira a programação completa
Veja também: Parada LGBT de São Paulo lembra os 50 anos da rebelião de Stonewall
Visibilidade para além do ‘G’
Se no início a parada reunia e representava, em grande parte, homens gays, no decorrer dos anos as reivindicações mostraram que era preciso incluir os demais grupos que estão na luta: as lésbicas, os bis e as trans e travestis.
Segundo Claudia Regina, primeira mulher lésbica a assumir a presidência da Associação da Parada do Orgulho LGBT, conforme o movimento foi alterando as letras da sigla, a Parada se adequou para dar visibilidade e incluir também as outras pessoas.
A Catraca Livre conversou com representantes do movimento LGBT para falar sobre o que o evento representa atualmente e a importância da inclusão de todas as letras da sigla na luta por direitos. Confira abaixo:
Claudia Regina Garcia – primeira lésbica a assumir a presidência da Associação da Parada do Orgulho LGBT (APOGLBT)
“A importância de abranger todos os grupos representados pela sigla LGBT é a comunidade. A Parada é um grupo misto, ainda que insistam chamá-la de Parada Gay, assim como Stonewall, onde cada uma das letrinhas estava envolvida na revolta. O evento tem a obrigação de representar, dentro do possível, todas as siglas, porque nosso papel é viabilizar e dar voz. Claro que ainda há dificuldades em aumentar a participação de alguns grupos que não se sentem representados, mas a gente tenta contemplar todos eles. É a nossa obrigação.”
Toni Reis, gay e ativista há 35 anos
“Eu participei da primeira Parada em São Paulo, da primeira em Curitiba e da primeira no Rio de Janeiro. Participei, também, da primeira Parada no exterior, em Viena, em 1989. A importância de um evento como esse é a visibilidade: mostrar que nós somos muitos, estamos em muitos lugares e em todas as famílias. É o momento de assumir-se e mostrar que temos dignidade e orgulho de quem somos.
Esse movimento é fundamental para a resistência. Mostrar que nós estamos organizados, estamos prontos para as batalhas e que hoje temos várias instituições do nosso lado, como o Supremo Tribunal Federal, o Ministério Público, a Defensoria Pública, as Defensorias Públicas estaduais… Enfim, hoje nós temos uma articulação de muitos. Infelizmente, há algum setor resistência, de algumas religiões, e mesmo estes já reconhecem que nós existimos.”
Ivone de Oliveira, bissexual e blogueira do Gata de Rodas
“Me tornei militante e ativista LGBT quando, em 2016, fui pela primeira vez na Parada do Orgulho LGBT de São Paulo só para conhecer e percebi que faltava a representatividade da pessoa com deficiência. 
Apresentei a minha ideia de levar acessibilidade e a inclusão da pessoa com deficiência LGBT ao evento na primeira reunião da APOGLBT e ela foi aceita de imediato sem questionamento. O resultado da minha ideia se concretizou em 2017, quando, pela primeira vez, as pessoas com deficiência abriram a Parada LGBT de São Paulo. Feito esse que se repetiu em 2018 e vai se repetir em 2019. Agora, além de ser a maior, também é a mais inclusiva do mundo.
A parada é uma ação afirmativa de política social que contempla a diversidade sexual. Por isso, quando inclui somente a letra ‘G’ dos gays, deixa sem representatividade todos os outros segmentos, como das lésbicas, dos bissexuais, dos transgêneros, dos intersexuais, entre outros, que lutam por visibilidade.
A mulher faz parte história da mobilização. Martha Shelley, na época da Revolta de Stonewall, foi a idealizadora da marcha que hoje chamamos de parada. A semente plantada por essa mulher, militante e ativista lésbica, continua dando frutos mesmo 50 anos depois, pois cada vez mais segmentos buscam representatividade e visibilidade.
Mesmo que o atual governo venha se mostrando um tanto conservador, machista e homofóbico, a presença da mulher com deficiência na Parada do Orgulho LGBT só reforça que o ‘sexo frágil’ não foge à luta mesmo estando em cadeira de rodas. O ‘Stonewall’ da pessoa com deficiência no Brasil começou justamente em 2017, quando abrimos o evento em meio a 3 milhões de pessoas e batemos de frente com o tabu da sexualidade, mostrando a nossa força como cidadãos e agentes de mudança e transformação social.”
Leona Jhovs, mulher trans
“Desde que me percebi como fora da norma por ser uma mulher trans, me tornei um corpo político. Viver no país que mais mata trans e travestis no mundo é um ato político. Todos esses corpos dissidentes estão lutando para viver, então nada mais justo que a Parada seja reconhecida como LGBTQIA+, e não só gay, para dar visibilidade a outros campos.
A Parada LGBT é importante pra mim, enquanto mulher trans, porque é uma data onde a gente dá visibilidade à nossa luta, que é diária. Para nós, mulheres trans, é um movimento importantíssimo para mostrar que estamos vivas e lutando. Temos que estar ali e fortalecer o movimento, ainda mais agora, que será a primeira Parada após a eleição de Bolsonaro, no qual com certeza as represálias serão maiores. É justamente nesse momento que precisamos mostrar que não vamos ceder e não daremos nenhum passo para trás.”
Veja também: Parada LGBT é espaço para diversão e luta, ressalta organizadora
A importância da luta LGBT para os grupos que compõem a siglapublicado primeiro em como se vestir bem
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claravix50 · 7 years ago
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Transcrição da fala de Ângela Davis na Reitoria da Universidade Federal da Bahia no dia 25.7.2017 Eu não tenho nem condições de expressar a vocês o quanto estou emocionada por estar aqui nesta noite. Para mim, é assim que deveria ser a aparência da universidade. Quero agradecer à Ângela Figueiredo, ao Odara. Quero agradecer também ao NEIM pelo convite para homenagear o dia 25 de julho. Essa é minha quarta visita a Bahia e sexta ao Brasil. Neste momento, me sinto extremamente envergonhada por ainda não ter aprendido português. Esse é o meu próximo projeto. Estou muito feliz por estar aqui celebrando com vocês o Dia da Mulher Negra Latina e Caribenha. Na Bahia, o Julho das Pretas. Estou muito entusiasmada por estar aqui no Brasil, especialmente porque tenho acompanhado os acontecimentos que vêm se desenvolvendo dentro do movimento das mulheres negras. Me parece que, neste momento, o movimento das mulheres negras brasileiras representa o futuro do planeta. As mulheres negras brasileiras têm uma história extensa de envolvimento em lutas pela liberdade. Como tem sido simbolizado, por exemplo, pela Irmandade da Boa Morte. O conceito de Boa Morte nos convida a imaginar a imagem de um futuro melhor. Isso me leva a reconhecer as amplas contribuições das mulheres negras no Brasil e na Bahia no contexto da cultura religiosa. Durante a minha visita, fui honrada com a possibilidade de atender uma oficina oferecida na Irmandade e também de passar um tempo na Roda de Samba da Dona Dalva. Tive a oportunidade de aprender sobre o trabalho de Dona Dalva na preservação do samba de roda. Recentemente ela recebeu um título de doutora honoris causa pela Universidade Federal do Recôncavo Baiano. Também tive a oportunidade de me encontrar e conhecer a Ebomi Nice. Quero também ressaltar que há alguns anos fui honrada com um convite para conhecer o terreiro de Mãe Stella de Oxóssi e me encontrar com ela, que me disse sobre seus esforços a fim de preservar a cultura e a religiosidade dentro das tradições baianas e que as mulheres negras estão no centro dessas tradições. Como foi dito por Dulce Pereira, já venho ao Brasil desde 1997. Nunca vou me esquecer do encontro que ocorreu em outubro daquele ano, em São Luís do Maranhão. Tive a oportunidade de encontrar Luiza Bairros pela primeira vez. O espírito de Luiza Bairros continua presente. Também encontrei pela primeira vez Vilma Reis e tantas outras mulheres negras maravilhosas, as quais continuo a me encontrar todas as vezes que venho ao Brasil. A atual visita, organizada pela professora doutora Ângela Figueiredo, foi um encontro organizado em um contexto mais amplo, um curso em Cachoeira sobre o feminismo negro decolonial. Quero agradecer a Ângela — toda vez que alguém chama por ela, eu também olho — por me convidar para voltar a Bahia várias vezes. As pessoas me perguntam se eu já fui ao Rio de Janeiro, a São Paulo. Não, mas eu venho a Bahia de novo, de novo e de novo. Menciono essa escola porque ela reuniu estudantes negras do Brasil, América do Sul, África do Sul, Canadá, Estados Unidos e Porto Rico. Ao fazê-lo, produziu concepções importantes que poderiam não ter sido disponibilizadas se esse encontro não tivesse ocorrido. Todas nós, que tivemos a oportunidade de estar aqui, vindouras de outras partes do mundo, temos muita sorte de estar aqui neste momento, onde o ativismo de mulheres negras está em um nível elevado e pungente. Como já foi dito e reiterado várias vezes, o movimento social liderado por mulheres negras é o movimento social mais importante do Brasil. Após o golpe antidemocrático que resultou na deposição de Dilma Roussef, as mulheres negras criaram a melhor esperança para este país. Muitas de nós, nos Estados Unidos, estamos entusiasmadas acompanhando a Marcha das Mulheres Negras no Brasil desde novembro de 2015. Nós continuamos a sentir as reverberações dessa Marcha. Agora estamos no Julho das Pretas. Este é um momento difícil para o nosso planeta por vários motivos, mas, sobretudo, por termos uma guinada à direita na Europa, nos Estados Unidos, na América dos Sul e especialmente no Brasil. Não tenho nem como começar a explicar para vocês qual é o sentimento de morar nos Estados Unidos onde Donald Trump é presidente. Mas não devemos nos esquecer que, um dia após a posse de Trump, o movimento de mulheres levou para Washington três vezes mais pessoas que o número que participou da cerimônia de posse. Estima-se que mais de cinco milhões de pessoas participaram da Marcha das Mulheres contra Trump no mundo, inclusive na Antártida. A Marcha das Mulheres em Washington foi liderada por mulheres negras, latinas, asiáticas, indígenas, muçulmanas, e também mulheres brancas. Nos encontramos em Washington, por todo o mundo e todos os países, para dizer que nós resistiremos. Todos os dias da presidência de Trump, nós resistiremos. Nós resistiremos ao racismo, à exploração capitalista, ao hetero patriarcado. Nós resistiremos ao preconceito contra o Islã, ao preconceito contra as pessoas com deficiência. Nós defenderemos o meio ambiente contra os insistentes ataques predatórios do capital. Aqui em Salvador, no dia 25 de julho, dedicado às mulheres negras na América Latina e no Caribe, afirmamos ainda de forma mais forte: com a força e o poder das mulheres negras dessa região, nós resistiremos. Sabemos que as transformações históricas sempre começam com as pessoas. Essa é a mensagem do movimento Vidas Negras Importam (Black Lives Matter). Quando as vidas negras realmente começarem a ter importância, isso significará que todas as vidas têm importância. E podemos também dizer especificamente que, quando as vidas das mulheres negras importam, então o mundo será transformado e teremos a certeza de que todas as vidas importam. As lutas das mulheres negras estão conectadas com as lutas de pessoas oprimidas em todas as partes. Com aquees que dizem “não” às políticas anti-imigratórias de Trump e à construção de seu muro. Com aqueles que dizem “não” ao apartheid e ao muro que separa Israel da ocupação Palestina. Com aqueles que dizem “não” ao racismo e à misoginia na Colômbia. Com aqueles que dizem não ao sistema de castas na Índia. Estamos em solidariedade com as mulheres Dalits em suas comunidades. Com aquelas que dizem “não” à violência cotidiana, doméstica e íntima, que incide sobre as mulheres negras e que, geralmente, são impostas a elas por homens negros. Finalmente as mulheres negras têm sido reconhecidas pelo trabalho em manter as chamas da liberdade acesas. Não é o tipo de liderança que visa dar visibilidade ou poder a indivíduos, baseada em carisma, o individualismo masculino carismático. Mas é o tipo de liderança que enfatiza as intervenções coletivas e apoia as comunidades que estão em luta. A liderança feminista negra é fundamentalmente coletiva. Tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos, reconhecemos a importância de confrontar a violência de estado. Enquanto o racismo está saturando todas as instituições — nas questões da moradia, do emprego, da saúde e da educação — e pode ser mais dramaticamente reconhecido nos sistemas policiais e punitivos. As mulheres negras têm liderado ações contra a violência do estado, a violência policial e o racismo dentro do sistema carcerário, tanto nos Estados Unidos quanto no Brasil. Tenho falado sobre a liderança das mulheres negras, mas eu deveria estar me referindo, na verdade, à liderança feminista negra. É necessário enfatizar a condição da mulher negra na perspectiva de gênero e de raça, reconhecendo que também está implicado nisso classe, sexualidade e gênero, para além da convenção binária. Nosso foco está nas mulheres negras empobrecidas, inclusive as que estão encarceradas, as queer, as trans, as com deficiência. Mas também estamos conscientes que não focamos na mulher negra a partir de um arcabouço separatista, porque as mulheres negras também estão se engajando nas lutas de outros grupos. Às vezes ao ponto de elas serem excluídas desses movimentos. As mulheres negras estão entre os grupos mais ignorados, mais subjugados e também os mais atacados deste planeta. As mulheres negras estão entre os grupos mais sem liberdade do mundo. Mas, ao mesmo tempo, as mulheres negras têm um trajetória histórica que atravessa fronteiras geográficas e nacionais de sempre manter a esperança da liberdade viva. As mulheres negras representam o que é não ter liberdade sendo, ao mesmo tempo, as mais consistentes na tradição, que não foi rompida, da luta pela liberdade, desde os tempos da colonização e escravidão até o presente. Lembremo-nos de Rosa Parks, que sempre enfatizou que queria ser lembrada como uma mulher poderia ser livre, de tal forma que todas as pessoas pudessem ser livres. Lembremo-nos de Lilian Ngoyi, líder do movimento anti-apartheid na África do Sul, que disse, em 1956, entre as suas irmãs: “Agora que atingiram as mulheres, vocês acionaram um trator e serão esmagados”. Carolina Maria de Jesus nos lembrou que a fome deveria nos levar a refletir sobre as crianças e sobre o futuro muito antes de o conceito de interseccionalidade ser utilizado. Lélia Gonzales insistiu que não só deveríamos compreender a complexa inter-relação de raça, classe e gênero, mas que deveríamos ter em mente as conexões entre os povos indígenas e os povos negros. Essa são as lições que nós dos Estados Unidos precisamos aprender com a história do feminismo negro no Brasil. O que me leva a levantar o próximo ponto. Existe, geralmente, a pressuposição de que a forma mais avançada de feminismo negro é encontrada nos Estados Unidos. É verdade que há muitas figuras norte-americanas reconhecidas pelo desenvolvimento do feminismo negro. Isso não deveria se dar pelo entendimento de que nos Estados Unidos estamos mais avançados. Essa é uma visão colonialista e imperialista. Na verdade, isso ocorre porque as ideias, sejam elas conservadoras ou radicais, circulam com mais facilidade a partir dos Estados Unidos do que as ideias que emanam do Brasil. Não posso me levar tão a sério assim. A meu respeito, gosto sempre de ressaltar que ninguém jamais conheceria meu nome se pessoas de todo o mundo, inclusive do Brasil, não tivessem se organizado para exigir minha liberdade, no princípio dos anos 70. É verdade que cada uma dessas viagens que fiz ao Brasil têm me trazido novas perspectivas. Desde a primeira conferência de Lélia Gonzales, em 1997, no Maranhão, até a escola do feminismo negro decolonial da qual participei agora. A partir disso, passo a questionar o meu papel em trazer o conhecimento feminista negro para o Brasil. Passei a perceber que nós, nos Estados Unidos, somos aquelas que precisamos aprender com os conhecimentos e as perspectivas que são produzidas pela longa história de luta feminista negra brasileira. Precisamos aprender sobre o poder feminista negro preservado dentro da tradição do Candomblé. Precisamos aprender sobre os movimentos organizados por mulheres negras trabalhadoras domésticas na Bahia e no Brasil. Tive o privilégio de conhecer Marinalva Barbosa, que é a presidente do sindicato de trabalhadoras domésticas da Bahia. Temos muito a aprender com a atividade dessas mulheres. Nós ainda não conseguimos nos organizar de uma maneira bem sucedida através de sindicatos dessa categoria nos Estados Unidos, apesar do fato de que mulheres negras, trabalhadoras da limpeza, terem organizado uma greve em 1881, em Atlanta, na Geórgia. Mesmo apesar do fato de que nos anos 20 e 50 tenham havido esforços, que não tiveram sucesso, de organizar sindicatos dessa categoria. Não é uma coincidência que Alicia Garza seja uma das mulheres co-fundadoras do movimento Vidas Negras Importam. Mesmo assim, ainda não temos um sindicato de trabalhadoras domésticas. Deixem-me compartilhar com vocês algumas palavras sobre o complexo industrial carcerário. O Brasil tem a quarta maior população carcerária do mundo, estou correta? Sendo a primeira nos Estados Unidos e depois vêm Rússia e China. Os Estados Unidos está aprisionando um quarto da população carcerária de todo o mundo. Se olharmos para a população carcerária feminina, um terço está encarcerada nos Estados Unidos. Se tivéssemos tempo esta noite, poderíamos falar mais aprofundadamente sobre como essa população carcerária reflete o capitalismo global e como esse sistema negligencia as necessidades humanas. Essas pessoas não tem acesso a moradia, educação, saúde ou qualquer outro serviço que seja necessário para a sobrevivência. A rede carcerária mundial constitui um vasto depósito onde pessoas consideradas desimportantes são descartadas como lixo. Aquelas tidas como as menos importantes são as pessoas negras, do sul global, muçulmanos e muçulmanas, indígenas. Quando nós trabalhamos e lutamos contra a violência do estado manifestada através de práticas policiais e de encarceramento, afirmamos que as vidas negras importam, que as vidas indígenas importam. A professora Denise Carrascosa, aqui da UFBA, tem liderado um projeto de mulheres dentro do sistema carcerário chamado “Corpos indóceis e mentes livres”, um projeto entusiasmante que reune mulheres encarceradas de tal forma que elas possam dramatizar as suas realidades, as suas vidas. Esses são os tipos de projeto inovadores que produzem conhecimentos feministas sobre a relação entre a liberdade e a falta de liberdade. Acabei de ser informada que a professora Carrascosa tem sido impedida de entrar no complexo penintenciário feminino porque ela se juntou a outras encarceradas para protestar contra o tratamento punitivo aplicado a uma mulher que foi trancafiada, sendo-lhe negado o uso de medicamentos pós-operatórios. Em função da professora Carrascosa ter levantado a sua voz, seu projeto, que já dura sete anos, foi barrado. O que vocês farão em relação a essa situação? Quero sugerir que vocês peçam a cada uma das pessoas aqui presentes para assinar uma petição exigindo que esse projeto seja reincorporado. Sabemos que nos últimos dez anos houve um aumento de 500% na taxa de encarceramento de mulheres e que dois terços de todas as mulheres que estão encarceradas no Brasil são negras. Isso me leva aos meus últimos dois pontos. Um deles é a questão da reprodução da violência. Nós não podemos excluir a violência doméstica e íntima das nossas teorias sobre a violência do estado e institucional. Frequentemente, agimos como se uma não tivesse relação com a outra e que, se as mulheres negras são vítimas dessa violência cotidiana praticada por seus maridos e namorados, isso significa que os homens e garotos negros são violentos. Como podemos refletir sobre isso? Nós precisamos nos perguntar qual é a fonte dessa violência que prejudica e fere tantas mulheres negras. Qual é a relação dessa violência com a violência policial e do sistema carcerário? Se essa violência do indivíduo está conectada com a violência institucional e do estado, isso significa que não conseguiremos erradicar a violência doméstica enviando aqueles que a praticam ao sistema carcerário. Se desejamos erradicar as formas mais endêmicas de violência do indivíduo da face da Terra, então devemos eliminar também as fontes institucionais de violência. Este é o chamado para a abolição do encarceramento como a forma dominante de punição para pensarmos novas formas de abordagem para aqueles que são violentados. Este é o chamado do feminismo negro para formas de justiça decoloniais. Meu último ponto diz respeito aos contantes esforços para conter nossa resistência. Quando nós resistimos, as instituições dominantes e, sobretudo, o estado, tentam conter a nossa resistência. Querem transformar as nossas lutas, em estratégias de consolidação do estado. O movimento pelos direitos civis é agora é reivindicado pelo estado como central em suas narrativas sobre a democracia. Mas o movimento Vidas Negras Importam, principalmente na era Trump, é considerado um insulto. No Brasil, agora que o mito da democracia racial foi totalmente exposto, a pergunta que se apresenta é se o movimento de resistência das mulheres negras pode ser apropriado. Afirmamos que, na medida em que nos levantamos contra o racismo, nós não reivindicamos ser inclusas numa sociedade racista. Se dizemos não ao hetero-patriarcado, nós não desejamos ser incluídas em uma sociedade que é profundamente misógina e hetero-patriarcal. Se dizemos não à pobreza, nós não queremos ser inseridas dentro de uma estrutura capitalista que valoriza mais o lucro que seres humanos. Se reconhecermos que aqueles que queriam resolver a questão da escravidão buscavam formas mais humanas de escravização, nós estaremos utilizando a lógica do racismo. Reconhecemos que a reivindicação da reforma do sistema policial e da reforma do sistema carcerário apenas mantêm as estruturas racistas ao mesmo tempo em que finge se importar com as questões raciais. É por isso que dizemos não ao feminismo carcerário e sim ao feminismo abolicionista. É por isso que nós convocamos essa solidariedade para além das fronteiras nacionais e ressaltamos que o feminismo radical negro decolonial reconhece as nossas profundas conexões, mesmo a medida em que reconhecemos também nossas contradições. A luta pelo acesso à agua no Quilombo Rio dos Macacos vem sendo rotulada como “terrorista”. Tenho aqui em minhas mãos um apelo que vêm do Quilombo Rio dos Macacos relacionada aos seus direitos humanos de acesso à terra e à água que lerei após o evento. Mas o que eu quero dizer é que as lutas que acontecem dentro dessa comunidade estão conectadas às reivindicações para a proteção da água por populações indígenas contra o veneno trazido pelos dutos de petróleo. Essas lutas estão conectadas também aos esforços que ocorrem em Flynn, Michigan, em expor o envenenamento das águas nas comunidades negras. Essas lutas também estão conectadas com as das comunidades palestinas, engajadas em defender as suas reservas de água, alvo constante das forças militares de Israel. Somente através da solidariedade e da luta, nós poderemos preservar o nosso acesso a água. Quilombolas, presente! Finalmente, quero salientar a minha alegria em estar aqui com vocês no Brasil, Bahia, Salvador, celebrando o Dia da Mulher Negra Latina e Caribenha. Mulheres negras representam o futuro. Porque mulheres negras representam uma possibilidade real de esperança na liberdade.
Ângela Davis
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